Otelo [retrato de José Teixeira Lopes como Otelo]

  01 jan. 2025 | 09:30 - 31 jan. 2025 | 17:30
  Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo


Pintura

Peça do Mês CMTL/GDM | janeiro '25

Otelo [retrato de José Teixeira Lopes como Otelo]
José Veloso Salgado (1864 – 1945)
Óleo sobre tela
Coleção CMTL/GDM
Foto © makeup_design, Egídio Santos

José Teixeira Lopes, nascido a 8 de janeiro de 1872, arquiteto e irmão mais novo de António Teixeira Lopes, foi presença assídua na sua casa. Para além de terem desenvolvido alguns trabalhos em parceria, possuíam amigos em comum com os quais terão convivido na então casa-ateliê.
O quadro em destaque este mês, da autoria de Veloso Salgado (um dos amigos mais próximos do escultor), representa Otelo, personagem da obra homónima de Shakespeare. A curiosidade é que o modelo de Veloso Salgado para esta pintura foi precisamente José Teixeira Lopes, que, encarnando o personagem, posou vestido como um mouro.
Neste novo ano, visite a Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo e descubra algumas das curiosidades que temos para lhe contar!

Visitas acompanhadas e gratuitas à Casa-Museu Teixeira Lopes, de terça-feira a domingo, às 9h30, 10h15, 11h00, 11h45, 14h30, 15h15, 16h00 e 16h45.
Mais informações através do tlf. 223 742 904 ou e-mail [email protected].

José Teixeira Lopes (Porto, 28/01/1872 – m. 1919)

José Teixeira Lopes, filho e irmão dos escultores José Joaquim e António Teixeira Lopes. Formado em contexto familiar e depois na Academia de  Belas Artes do Porto, concluiu em simultâneo Arquitetura e Desenho Histórico. Prosseguiu para Paris, onde já se encontravam o irmão e também  Adães Bermudes, seu condiscípulo no atelier de Paul Blondel, durante o período de preparação para os estudos nas Belas Artes parisienses.  Regressou ao Porto cinco anos depois, instituindo atelier na Praça da Batalha.

Durante a sua carreira foi responsável por diversos projetos, de que se podem destacar o esquema de urbanização de Miramar, a sede do Banco de  Portugal no Porto (no qual também colaboraria Ventura Terra e o escultor gaiense Sousa Caldas), a Casa-Museu Teixeira Lopes, local consagrado  pela atividade artística de seu irmão e de outros escultores que compõem a «Escola de Gaia», a Casa do Relógio na Foz (Porto) ou o Instituto  Moderno na Quinta da Bela-Vista. Paralelamente à arquitetura, desenvolveu outro tipo de projetos, colaborando com o irmão António nas portas da  Igreja da Nossa Senhora da Candelária (Rio de Janeiro), no Museu Militar de Lisboa e nos túmulos de Almeida Garrett, Duquesa de Palmela e  Oliveira Martins.

Reconhecido no seu tempo como notável arquiteto da modernidade, participou nos debates teóricos sobre a arquitetura tradicional portuguesa,  preconizados por Raul Lino, mas também em certames internacionais como os VI e VII Congressos Internacionais de Arquitetos (Madrid e Londres), onde travou conhecimento com arquitetos estrangeiros como John Locke, John Belcher, Nixon Horsfield, Hans Peschl e Otto Wagner.

José Teixeira Lopes iria também enquadrar-se nos principais movimentos culturais do seu tempo, sendo, entre outros, membro da Sociedade de Belas Artes do Porto, Professor e Académico de mérito das Belas Artes portuenses, membro fundador da Sociedade dos Arquitetos Portugueses, membro da 1.ª Comissão de Estética da Câmara Municipal do Porto e também iniciado na Maçonaria em 1898, na loja Ave Labor, com o nome simbólico Blondel.

Bibliografia:
SILVA, Manuel Ferreira (2018). José Teixeira Lopes (1872-1919). In GUIMARÃES, J. A. Gonçalves (coord. geral), SOUSA, Gonçalo de Vasconcelos e (coord. do volume). Património Cultural de Gaia. Património Humano – Personalidades Gaienses. Vila Nova de Gaia: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana, p. 193
TENREIRO, José Pedro (2020). O Limiar do Moderno: Arquitetura eclética no Porto e no Norte de Portugal (1895-1925). Tese de Doutoramento em Arquitetura, especialidade Teoria e História, apresentada à Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
TAVARES, João Gadelho Novais (2023). Palacete Neomanuelino: um testemunho de revivalismo ‘nacional’?. «Historia y Sociedad», n.º 45, pp. 128-150.

Solar Condes de Resende

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